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Governo Dino ainda precisa limpar sujeirada deixada pela família Sarney

Os desdobramentos da Operação Draga é mais um rescaldo deixado pelo governo Roseana Sarney. São vestígios da corrupção praticada pela oligarquia, apesar dos embaraços a atual gestão estadual precisar lidar.

Em todas as operações deflagradas pela Polícia Federal ou do Ministério Público em contratos com o Governo do Estado nos últimos dois anos, as investigações sempre estiveram relacionadas aà gestão anterior.

Primeiro no caso da Máfia da Sefaz, quando o Ministério Público do Maranhão descobriu um rombo bilionário no Estado consumado com a venda de precatórios e isenções fiscais ilegais. O esquema todo foi articulado pelo ex-secretário Cláudio Trinchão. A Secretaria de Transparência do governo Flávio Dino, cumprindo com sua função, contribuiu com as informações necessárias para a promotoria.

Recentemente, a mídia oligarca comemorava as investigações da Polícia Federal na Operação Rêmora relacionadas a terceirização de unidades hospitalares. Em seguida, foi descoberto que o  Instituto IDAC, alvo principal da PF, pertencia ao ex-presidente do PSDC, Antônio Aragão, apadrinhado pelo ex-secretário Ricardo Murad e responsável por colocar a oscip no Estado. O secretário de Saúde Carlos Lula de forma sumária cancelou todos os contratos com o IDAC.

Agora, com a deflagração da Operação Draga na EMAP, é descoberto que as empresas investigadas foram escolhidas pelo governo Roseana Sarney e ainda mais por amigos de Fernando Sarney.

Flávio Dino se encaminha para o último ano do seu mandato ainda tendo que limpar a sujeira deixada por Roseana. Contratos, empresas e obras de procedência obscuras, toda essa herança maldita vai sendo eliminada.

Para o desespero daqueles que saquearam o Maranhão nas últimas cinco décadas…

seus quadros

Apesar do aval do conselho de administração para exonerar não concursados, funcionárias ligadas a José Sarney foram mantidas

Fernanda Nunes, O Estado de S.Paulo

13 Julho 2017 | 05h00

RIO – O presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, que chamou chefes da estatal de “vagabundos”, teve o aval do conselho de administração para exonerar todos os funcionários não concursados. Mas manteve nove desses funcionários em cargos de alto escalão. Entre eles, duas filhas de tradicionais políticos da região Nordeste ligados ao ex-presidente José Sarney (PMDB-MA), segundo documentos obtidos pelo ‘Estadão/Broadcast’.

Eletrobrás
Wilson Ferreira Júnior, presidente da Eletrobrás, pretende cortar 50% do quadro Foto: Fabio Motta/Estadão

Foram salvas da demissão Anelise Pacheco, filha do ex-senador Álvaro Pacheco (PFL-PI), assessor especial da Presidência da República no governo Sarney, e Maria Carmen Ines Gurgel de Sousa, filha do ex-deputado federal Colombo de Souza (PSP-CE).

A manutenção de cargos de comissão, sem uma justificativa técnica para isso, contraria decisão do conselho de administração da Eletrobrás do dia 25 de julho do ano passado, dois dias antes de Ferreira assumir formalmente a empresa. Pela deliberação do conselho, apenas os não concursados com “notório saber”, os “essenciais”, deveriam ser mantidos nos cargos.

Mas Anelise, subordinada à presidência, e Maria Carmen, à diretoria de Transmissão, foram mantidas por “solicitação de seus titulares”, segundo ata das deliberações do conselho do dia 26 de agosto. Relator do documento em que está registrado o pedido de manutenção das duas no cargo, Ferreira não apresentou qualquer justificativa técnica para a sua decisão.

Em resposta ao Estadão/Broadcast, a estatal afirma que Anelise e Maria Carmen “atuam no processo estratégico de privatização das empresas de Distribuição da Eletrobrás”. A empresa se negou a informar quais funções exercem. Nos registros internos, elas não aparecem atreladas à diretoria de Distribuição. Anelise está lotada na superintendência de Comunicação e Maria Carmen, na diretoria de Transmissão. Com formações acadêmicas em Comunicação, elas não têm histórico no setor elétrico.

Entre os nove funcionários não concursados mantidos na empresa, seis foram identificados como primordiais para o processo de privatização de distribuidoras que acontecerá no fim do ano, e foram mantidos na casa por mais 12 meses, contados a partir de agosto do ano passado. Desses, quatro viraram diretores de distribuidoras e outros dois foram mantidos na controladora, ligados à diretoria de Distribuição, por causa do “conhecimento técnico” que possuem, necessário à privatização. Um outro, especialista no setor elétrico, foi mantido por solicitação da diretoria de Transmissão.

Anelise é citada na Operação Faktor, da Polícia Federal, que em 2008 investigou a contratação pela Eletrobrás de parentes e afilhados políticos de Sarney por meio de atos secretos. No centro da investigação estavam Fernando Sarney, filho do então senador, Anelise Pacheco e José Muniz Lopes, então presidente da Eletrobrás (atualmente, é o diretor de Transmissão da empresa). Reportagens da época divulgaram áudios da PF em que Fernando Sarney afirma a Anelise que já havia fechado com Lopes o controle da área de patrocínio da empresa.

Já Maria Carmen é uma “querida amiga” e “pessoa de grande capacidade”, segundo José Sarney que, no plenário do Senado, em 2013, homenageou o aniversário de 100 anos de Colombo de Souza, pai de Maria Carmen, já falecido, com quem compartilhou no Congresso “a causa do Nordeste”.

Procurado, o ex-presidente José Sarney não respondeu à reportagem. As duas funcionárias estão de férias e também não responderam os pedidos de posicionamento feitos pela reportagem.

PARA LEMBRAR

Em meio a discussões para cortar metade dos funcionários, a divulgação de uma conversa do presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, com sindicalistas gerou mal-estar na empresa. “São 40% da Eletrobrás. 40% de cara que é inútil. (…) A sociedade não pode pagar por vagabundo”, traz um dos áudios, gravado em reunião com sindicalistas, em junho.

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