São Luis 2016: Que comecem o jogos

A partir de hoje, o assunto principal em São Luís são as eleições 2016. Depois de muitas especulações e articulações nove nomes registraram as candidaturas, no que promete ser uma das disputas mais acirradas dos últimos tempos.

A novidade é a minireforma eleitoral que diminuiu para 45 dias o período eleitoral e o horário gratuito ficou em apenas 10 minutos, medidas que exigirão muito criatividade, planejamento e competência das equipes de marketing. Os debates serão ainda mais decisivos e a internet promete ser o grande campo de atuação.

Se antigamente as campanhas demoravam para engrenar, hoje os candidatos já tem agenda intensa. Lembrando que na televisão, só começa no dia 26.

Para ilustrar este início, fizemos a análise de como cada candidato chega para essa disputa com seus prós e contras.

Edivaldo Holanda Júnior (PDT)
PDT, PROS, PSL, PCdoB, PTC, PTB, DEM, PEN, PSC, PRP e PT

O prefeito de São Luís chega em seu melhor momento administrativo e político para disputar as eleições. Conseguiu reverter uma grande vantagem nas pesquisas eleitorais para sua principal adversária, Eliziane Gama (PPS), e hoje lidera todos os levantamentos. A parceria com o Governo Estadual tem sido um trunfo, principalmente para sua gestão. Nos últimos dois anos, São Luís virou um canteiro de obras. A saúde atingiu melhorias significativas, o novo Hospital da Criança é um marco e o reconhecimento do Ministério da Saúde atesta esses bons resultados. Na mobilidade; a licitação do transporte público deve ser muito explorada nas inserções na TV, assim como o programa Interbairros. Outro ponto que será trabalhado pela equipe de marqueteiros do PDT é a comparação com o antigo prefeito, João Castelo (PSDB), hoje um dos principais aliados de Eliziane. Talvez, o obstaculo para a sua reeleição seja uma significativa rejeição, consequente de dois anos de boicote do grupo Sarney à sua gestão. O desafio será provar aos moradores da capital que seus dois primeiros anos a frente da Prefeitura não atingiram grandes resultados em função do legado deixado por Castelo e o boicote do governo Roseana Sarney. Além disso, deverá ser o alvo principal dos adversários.

Eliziane Gama (PPS)
PPS, PSDB, PV, Rede, PTdoB, PTN, PRTB, Solidariedade e PSDC

Eliziane Gama (PP) tem a seu favor o planejamento realizado por sua equipe de campanha. Foi a primeira a conversar com setores dos bairros e criou o projeto “São Luís de Verdade” para debater os problemas da cidade com os moradores e assim criar sua plataforma de governo. A iniciativa é um sucesso e tem sido elogiada pelos locais onde a caravana passa. Possui a imagem de uma pessoa nova, que pode trazer ideias para mudar a realidade. O fato de estar ligada fortemente a igreja é reconhecidamente um ponto positivo para a construção da sua imagem de uma candidata honesta.  Gama é a segunda colocada em todas as pesquisas, mas vence todos os candidatos quando é confrontada a possibilidade de segundo turno. Conseguiu destaque na Câmara Federal e atraiu pessoas de renome nacional como Marina Silva (Rede) e o ex-juiz Marlon Reis (Rede). O problema é a queda em sua popularidade com o consequente aumento da rejeição. Será necessário um intenso serviço de desvincular sua imagem do ex-prefeito João Castelo (PSDB), além disso, alguns tropeços em entrevistas não caíram bem entre o eleitorado mais politizado.

Wellington do Curso (PP)
PP, PSB, PHS, PSD

Quando todos pensavam que Wellington seria candidato chapa pura, um dia antes do final do prazo para as convenções ele conseguiu agregar três partidos a sua coligação. Acréscimo para o seu tempo de televisão, questionável em termo políticos. Se agora ele poderá debater de “igual para igual” com Eliziane e Edivaldo, a ligação com o PSB quase trouxe problemas em função da chapa proporcional porque os socialistas não queriam coligar com o PP, os candidatos a vereadores do partido popular chegaram a ameaçar inclusive uma debanda geral. Wellington quase não possui rejeição e não tem medido esforços para entrar em condições de disputar as eleições. Antes considerado uma carta fora do baralho, irá disputar “voto a voto” a ida para o segundo turno. O candidato do PP, apesar de insistir em dizer que era independente, fez de tudo para ganhar o apoio do governador Flávio e principalmente do grupo Sarney, essa “independência” mais parece falta de escolha que opção. Foi disparado o campeão de irregularidades na pré-campanha e deverá enfrentar dificuldades com a militância pela divisão que os partido que lhe apoiam enfrentam.

Fábio Câmara (PMDB)
PMDB E PRB

O candidato do PMDB deve comemorar primeiro o fato de conseguir ser candidato a prefeito, em função das intrigas que virou o partido do presidente interino Michel Temer. Se as pesquisas mostram que Fábio não possuiu chances de ganhar as eleições, ao menos mostrou força interna por conseguir a indicação do PMDB quando Sarney, Roseana e Lobão não queriam. O vereador foi a principal voz de oposição ao prefeito Edivaldo na Câmara de São Luís, mas mesmo assim não conseguiu o mínimo de porcentagem nas pesquisas eleitorais para que desse alguma esperança de disputar as eleições, ainda mais em uma legenda do tamanho do PMDB. Seus números decepcionam e Fábio deve trocar uma vitória certa para vereador, por uma votação pífia neste ano.

Eduardo Braide (PMN)

Deputado estadual atuante, Eduardo Braide vai apostar em uma candidatura com poucos recursos para quem sabe colher os frutos mais tarde. Braide é novo, ainda tem mais dois anos de mandato na Assembleia e pode se cacifar para eleições futuras. Nos debates, deve ser uma figura com destaque pelo seu preparo como político e administrador.

Rose Sales (PMB)

Rose Sales teve dificuldade para arranjar um partido e mais ainda para disputar as eleições deste ano. Está no pequeno PMB, sua candidatura não sobe e não desce. Nas pesquisas chega no máximo a 5% das intenções de voto. O caso de Rose é o típico mau planejamento de carreira.  Foi expulsa do PCdoB por divergências com dirigentes locais e impedida de concorrer a Prefeitura de São Luís pelo PP e no PV. Ficará sem mandato e poderá ser esquecida pelo eleitorado.

Zé Luís Lago (PPL), Cláudia Durans (PSTU) e Valdeny Barros (PSOL e PCB)

A turma da esquerda que prometia uma grande composição não chegou a um acordo e se dividiu. Talvez essa não foi a melhor das estratégias, caso os três tivessem unidos, ao menos teriam um tempinho na TV para fazer um barulho, mas agora brigam para participarem dos debates políticos.

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