Coronavírus

Novo atraso no calendário de vacina pode gerar 3ª onda de covid-19 no Brasil, diz especialista

A nova expectativa do Ministério da Saúde, que agora aponta setembro como mês provável para concluir a imunização de todos os grupos prioritários, elevou a ansiedade do cidadão comum que não aguenta mais esperar pela vacina contra o coronavírus e trouxe mais preocupação ao meio científico: se a vacinação em massa passar deste ano, justamente os que compõem a parcela mais frágil, os idosos, correm risco porque não se sabe ainda por quanto tempo a vacina irá protegê-los.

Além disso, esse atraso no calendário de vacinação, num país que não consegue fazer isolamento social, pode provocar uma terceira grande onda de mortes.

“Esse ritmo lento, que avança de forma muito paulatina para diferentes extratos da população, pode levar à ocorrência de três problemas: o primeiro é o surgimento de novas variantes, pois quanto mais o vírus se dissemina livremente em indivíduos não vacinados, maior a probabilidade de aparecimento de variantes, inclusive algumas não suscetíveis à vacina. Segundo é a probabilidade de uma terceira onda de contágio e mortes nos lugares onde já houve uma primeira e uma segunda onda. É uma possibilidade real, como aconteceu na Europa. Se vacinássemos a população antes de isso acontecer, evitaríamos muitas mortes. E tem uma terceira consequência possível: como a gente não sabe durante quanto tempo dura a imunidade induzida por vacinas, esperamos que seja muito, mas não sabemos, quem foi vacinado primeiro pode perder a imunidade até se imunizar todos os extratos da população. Por isso a vacinação em massa é muito importante”, disse à RFI o médico Alexandre Cunha, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.

O governo havia falado que em maio os grupos prioritários, como idosos, portadores de comorbidades e determinados nichos profissionais, estariam imunizados abrindo as doses para a população em geral. Mas o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, disse que esse cálculo feito pela equipe do antecessor Eduardo Pazuello era otimista demais para a realidade de percalços que o país enfrenta atrás de insumos. Queiroga afirmou, por sua vez, que há todo um esforço para encurtar a nova previsão. (BOL)

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