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Natalino Salgado: “A UFMA pode superar os cortes orçamentários”

O ex-reitor da UFMA e imortal, Natalino Salgado, inscreve sua candidatura à reitoria da universidade pública federal nesta segunda-feira (6). Em entrevista exclusiva ao blog Marrapá, ele fala sobre suas expectativas em retornar ao cargo neste momento de turbulência na educação superior por conta das tesouradas no orçamento e de retaliação ideológica por parte do governo Bolsonaro. Confira:

Marrapá :Será possível fazer uma gestão propositiva e de realizações diante do corte orçamentário anunciado pelo governo?

Natalino Salgado: Pelas informações que nos chegam, o momento é preocupante. Por isso mesmo, nunca foi tão necessário um reitor ou uma reitora com experiência na gestão pública. Não há espaços para amadorismo, personalismos, individualismos, tampouco para extremismos. É hora de equilíbrio, de coragem e compromisso com a instituição. A escassez de recursos preocupa, sem dúvida, mas a UFMA pode contribuir com a sua expertise nas diversas áreas do conhecimento, articular novas parcerias com os governos federal, estadual e municipais; com as instituições públicas, privadas e de terceiro setor, inclusive com órgãos internacionais, bem como buscar a assessoria dos órgãos de controle para que possamos aplicar, de forma racional e transparente, os recursos públicos. Melhorando os processos de gestão, podemos atenuar ou mesmo superar os cortes orçamentários.

Marrapá: Quais as expectativas que instituições de ensino superior como a UFMA têm em relação à base de Alcântara?

Natalino Salgado: Em relação ao acordo do CLA de Alcântara, o governo federal está tomando algumas iniciativas de colocar o CLA em condições de desenvolver tecnologias e lançamento de satélites, uma ação que pode ser lucrativa ao país, em especial ao desenvolvimento tecnológico em diversas áreas. Nosso país é dependente de tecnologia espacial. Essa dependência afeta inclusive o nosso sistema de comunicação. É uma questão de cidadania. Pela importância social do acordo, entendo que a Universidade pode ser parceira destes projetos.Mas devemos desenvolver tecnologia cuidando das pessoas. Alcântara tem aproximadamente 200 comunidades quilombolas em vários espaços que precisamos ter um cuidado na preservação, sobretudo com relação à cultura e às condições de vida deste povo. Se vamos investir em tecnologia, precisamos investir em condições de vida, saúde, educação; temos que melhorar as áreas produtivas, implementar com cooperativas, em que as pessoas tenham as mínimas condições de sobrevivência e possam sonhar com um futuro melhor. Então, é desenvolver tecnologia pensando nas pessoas, nos seres humanos.

Marrapá:  O senhor pretende buscar apoio político na disputa pela reitoria da Ufma diante da possibilidade do presidente desconsiderar a lista tríplice que baliza a escolha do dirigente?

Natalino Salgado: Acredito que o presidente Bolsonaro vai honrar e respeitar a autonomia da Universidade e escolher o próximo reitor. Outras universidades federais já passaram pela escolha de seus gestores e ele respeitou o processo democrático e o desejo da comunidade acadêmica. Não será diferente com a UFMA, creio.

Marrapá: Como ex-reitor, qual é o comparativo que o senhor faz entre estes dois momentos: a Ufma na era do PT e da nova política?

Natalino Salgado: Como você bem coloca, estamos diante de uma nova política e ainda é cedo para analisar e estabelecer comparativos. Acredito que, mais do que governos e diretrizes políticas, o gestor comprometido e competente busca caminhos e entrega trabalho. Por exemplo, no meu primeiro mandato à frente da Universidade, tive que lutar contra as forças do atraso que não aceitavam nossa adesão ao REUNI. Vencemos e o REUNI nos ajudou a fazer a maior transformação que a UFMA já vivenciou, mas o REUNI não foi o único caminho. Buscamos e conseguimos outras formas de financiamento. A UFMA, portanto, não se acanhará diante de quaisquer cenários, se o grupo que estiver à frente da gestão, tiver competência, legitimidade e o apoio da comunidade universitária para fazer o que tem que ser feito.

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Uma resposta para “Natalino Salgado: “A UFMA pode superar os cortes orçamentários””

  1. Vai continuar fazendo dos cargos um balcão de negócios?
    Vai nomear sem necessidade funcionários e professores prum próximo mandado impossibilitado pela compulsória?
    Vai terminar a biblioteca que levou 13 milhões?
    Vai manter a bolsa da filhota?
    E a farra das passagens e diárias?
    E a Stella Hadad?
    Çei, mió reitô, si tivé MP, tu tá fudiduuuuu