sucessão na UFMA

Bolsonarismo na UFMA?

Apesar da vitória das forças democráticas representadas por Lula (PT) na última eleição presidencial, que derrotou Jair Bolsonaro (PL), o bolsonarismo não foi erradicado. Pelo contrário, tentou resistir em 8 de janeiro e busca sobreviver em lugares que às vezes menos se imaginam.

O processo de escolha do novo reitor da Universidade Federal do Maranhão é um exemplo claro da influência da extrema direita. O atual reitor, Natalino Salgado, nomeado por Bolsonaro, conseguiu colocar em primeiro lugar na lista tríplice um nome de sua preferência: Fernando Carvalho. Isso ocorreu à custa da utilização da máquina e da estrutura da reitoria, comprometendo de maneira significativa a vida da universidade, a ponto de os estudantes ocuparem a reitoria para reivindicar condições mínimas de infraestrutura tanto para a universidade quanto para as residências estudantis.

Na fase final da escolha do novo reitor, o grupo de Fernando Carvalho tenta ocultar o fato público e notório de que ele se posicionou a favor do impeachment de Dilma e se retirou da reunião do Conselho Universitário da UFMA que aprovou um ato de solidariedade à então presidenta. A comunidade acadêmica recorda que Fernando saiu indignado do Consun protestando contra a presença do MST naquela reunião, representado por Pedro Stédile.

Ao buscar apoio de familiares e influentes, Fernando Carvalho almeja uma nomeação dentro do governo do PT. É irônico que, no mesmo momento em que o Congresso Nacional, através da CPI do 8 de janeiro, aponta de maneira incisiva e corajosa toda a orquestração golpista de Bolsonaro e seu séquito, no Maranhão, o bolsonarismo demonstra força ao tentar indicar um dirigente de inclinação direitista em uma instituição federal, justamente quando o Brasil procura respirar aliviado.

Fica a questão no ar: em meio a essa grande batalha contra o bolsonarismo, o presidente Lula e o ministro Camilo Santana irão nomear um bolsonarista para liderar a UFMA?

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