De acordo com os indícios coletados pela PF, a suposta falsificação do certificado de vacinação, que culminou na detenção do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa nesta quarta-feira (3), tinha como objetivo viabilizar a entrada nos Estados Unidos de Bolsonaro, familiares e auxiliares do ex-presidente, driblando as exigências da imunização obrigatória. A prisão foi realizada no âmbito da operação Venire.

Durante sua gestão, Bolsonaro se recusou a informar se tomou a vacina contra a Covid-19 e o governo impôs sigilo de até cem anos aos dados, alegando se tratar de sua vida privada. Em janeiro deste ano, um grupo de hackers divulgou um cartão de vacinação que supostamente seria do ex-presidente, registrando uma dose aplicada em São Paulo em julho de 2021.

O cartão de vacinação já era alvo de investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) para apurar a possibilidade de informações falsas no documento. A CGU decidiu em março deste ano que iria retirar o sigilo do cartão de vacinação e divulgá-lo após a conclusão da investigação, aberta durante a gestão do ex-ministro da CGU Wagner Rosário.