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O país das maravilhas de Roseana é os EUA, mas poderia ser o Maranhão

O país das maravilhas de Roseana Sarney (MDB), que governou o Estado por quatro ocasiões e agora cismou querer o quinto mandato, poderia ser o Maranhão, mas não é. É os Estados Unidos.

Dados marco-econômicos do Maranhão, disponíveis no IGBE Cidades, mostram que a população estimada do Estado, hoje, é de 7.035.055 habitantes. Em 2017 o IBGE contabiliza que o maranhense possui o menor rendimento mensal domiciliar per capita do país, R$ 597, ficando atrás de Alagoas, R$ 658 e do Piauí, R$ 750.

A escassez de trabalho digno para a população do Estado reflete diretamente em sua qualidade de vida: nesse quesito, segundo o IBGE, o Maranhão possui o segundo menor IDH do país, 0.639, ficando atrás apenas de Alagoas, 0.631. O Piauí é o terceiro em IDH baixo, 0.646.

Há uma correlação política possível sobre o baixo IDH que ainda assola Maranhão e Alagoas: as oligarquias políticas se revezaram nesses estados sem, na prática e comprovada em números, apresentar melhoria na qualidade de vida de sua população. Nem com um passe de mágica Flávio Dino conseguiria resolver os graves problemas estruturais básicos do Estado, mas segue tentando.

O Maranhão, que figurava até 2014 na lista dos estados mais violentos do país, só conseguiu virar a página desse ranking a partir de 2015. Na segurança pública e sob a gestão da ex-governadora, o Maranhão ficou conhecido mundialmente pela carnificina de decapitações de presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, hoje reformulado e com os detentos trabalhando nas dependências do local.

Após ser derrotada nas urnas por Dino em 2014, Roseana deixou o governo em dezembro daquele ano porque que queria passar a faixa ao eleito. Passou a responsabilidade a seu vice. Abandonou o Maranhão para curtir férias em Miami, onde só retornou há pouco tempo por determinação do pai, José Sarney, para disputar o governo novamente.

“Se sentem falta de obras rodoviárias é porque estão precisando viajar mais pelo Maranhão. Esse negócio de ficar só nos EUA e não andar pelo interior do Maranhão dá nisso”, disparou Dino esta semana em sabatina na TV Guará.

Esta semana Roseana cancelou participação no debate que ocorreria na TV Brasil, mas não deixou de participar de uma sabatina fake promovida pelo jornal O Estado do Maranhão, controlado por sua família e local onde as perguntas sobre o passado e dados de pobreza do Estado jamais seriam cobrados dela alguma co-responsabilidade.

Ter condições para passear pelos EUA ou pelo mundo não deveria ser um privilégio de poucos maranhenses que ascenderam à classe social, mas sim uma conquista de todos. E com a política é possível fazer diferente. Poderia ser diferente, mas infelizmente ainda não é. O que ficará para a história de um cidadão que passa pela política são as marcas, boas ou ruins, que deixou para seu povo após anos de administração.

O país das maravilhas de Roseana é os EUA, mas bem que com um pouco mais de trabalho em prol do Estado hoje poderia ser o Maranhão. Mas infelizmente não o é.

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