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Julgamento de Ricardo Murad será na próxima terça-feira

Cunha Santos – No dia 18 de novembro de 2015, o programa “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo, trazia, junto com outros veículos da imprensa nacional, a notícia de que a Polícia Federal estava investigando um desvio bilionário na saúde do Maranhão. “O esquema envolve empresas terceirizadas e campanhas políticas. O dinheiro que saía dos cofres públicos do Ministério da Saúde, passava pelas empresas terceirizadas e acabava sendo usado em campanhas eleitorais”, denunciavam.

Nada menos que 200 policiais, representantes do Ministério Público e da Controladoria Geral da União participaram da operação que apreendeu carros, dinheiro e obras de arte, pediu a prisão preventiva de 13 suspeitos no Maranhão, Recife e São Paulo, em 60 endereços diferentes e a convocação de 27 pessoas para depor. A Polícia Federal pediu também a prisão preventiva de Ricardo Murad, que foi negada pela Justiça, mas ele acabou sendo levado para depor em regime de condução coercitiva e buscas policiais foram realizadas em sua residência.

Segundo noticiou o Bom Dia Brasil, os investigadores afirmaram que Ricardo Murad terceirizou a gestão da saúde pública para facilitar a fraude, que ocorreu entre os anos de 2010 e 2014, durante o governo de Roseana Sarney.

A fraude foi estúpida, monumental, astronômica. Conforme declaração do delegado Sandro Jansen, os repasses do Fundo Nacional de Saúde para o governo do Maranhão chegaram a R$ 2 bilhões entre 2010 e 2013. Destes, mais de 1 bilhão de reais foram desviados. “Pessoas com cargos em hospitais e entidades que receberam o dinheiro fizeram doações para políticos”, afirmaram.

As somas são gritantes. A polícia calculou, na época, que R$ 205 milhões foram parar em contas de partidos políticos e comitês de campanha. Na lista estava a prefeita de Coroatá, Teresa Murad, esposa de Ricardo. Conforme as investigações, somente uma empresa, Litucera, financiou as campanhas de 60 candidatos a vereadores no município de Coroatá, dos quais, 7 se elegeram. Na época, Roseana Sarney não quis comentar o caso.

Mas, concorrente com esse processo, um outro começou a correr na comarca de Coroatá, no qual Ricardo Murad foi condenado em primeira instância com a perda dos direitos políticos por 8 anos, por decisão da juíza Josane Araújo Farias, então titular da 8 Zona Eleitoral. Nele, Ricardo foi acusado de utilizar o cargo de Secretário de Saúde para viabilizar convênios de construção de poços artesianos, em pleno período eleitoral, quando Teresa Murad disputava o cargo de prefeito.

Neste caso, diferente da recente decisão da juíza Anelise Reginato, o parecer do Ministério Público foi pela inelegibilidade de Ricardo Murad, que será julgada em segunda instância, na próxima terça-feira, conforme agendado pelo Tribunal Regional Eleitoral.

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