A extinção dos carcarás
O poeta e cantor maranhense João do Vale imortalizou a figura do carcará, “o bicho que avoa igual avião”, ao cantar ao mundo que o animal “pega mata e come” e que tem “mais coragem do que home”.
Mas no Maranhão, os carcarás não são mais os mesmos de outrora que inspiraram João do Vale a escrever o clássico. E a prova disso é a postura do senador João Alberto, alcunhado de Carcará, e do seu filho João Marcelo nas eleições deste ano.
Atual senador, João Alberto abriu mão de disputar a reeleição a mando da família Sarney, que quer eleger Sarney Filho para o Senado Federal. A subserviência do Carcará à oligarquia o jogará no limbo da política maranhense.
Ele ainda sonha com a vaga de vice de Roseana, mas a ex-governadora já bateu o pé, já que não quer peças de museu em sua chapa.
Além de abrir mão da sua carreira política, João Alberto agora arrisca também o mandato do filho, o deputado federal João Marcelo. Carcarázinho será segundo suplente de Sarney Filho na disputa ao Senado.
As atitudes de João Alberto representam a extinção dos carcarás da política maranhense, já que ele fez até o filho trocar o quase certo pelo duvidoso.
Se Sarney Filho não se eleger – e a chance disso acontecer é grande – João Alberto, o Carcará, então bicho malvado e valentão como na música de João do Vale, vai entrar em extinção no Maranhão.
O ano de 2018 pode selar o sepultamento político do Carcará. As lembranças ficarão somente nas eternas letras do saudoso João do Vale.
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