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A folha corrida de Ricardo Murad

O ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, é apontado pela Polícia Federal como chefe de uma organização criminosa que surrupiou dos cofres estaduais em mais de R$ 1 bilhão. Ele é investigado pela “Operação Sermão aos Peixes” desde 2015, quando os agentes federais começaram a reprimir o desvio de recursos públicos federais do Fundo Nacional de Saúde destinados à rede estadual de saúde.

Para a PF, Ricardo se utilizou das terceirizações para flexibilizar e burlar as regras da Lei de Licitações facilitando o desvio de verba pública federal, com fim específico de enriquecimento ilícito dos envolvidos e o contrato com empresas sem licitação. O cunhado de Roseana Sarney ainda é arrolado em sete processos por atos de Improbidade Administrativa com danos ao erário.

No processo 31231-67.2015.8.10.0001 (locação de imóvel para funcionamento de Centro Ambulatorial de Atenção à Saúde do Paciente Oncológico), que está em juízo na 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de São Luís, Ricardo é acusado de violação aos artigos. 10 e 11 da Lei nº 8.429/92 e da Lei de Licitações. Acostumado a arrotar fake news e denúncias sem pé nem cabeça nas redes sociais para desconstruir adversários, o ex-secretário onerou o estado, com essa locação, em exatamente R$ 1.343.838,27.

Já no processo 51549-71.2015.8.10.0001, sobre operações de transporte aéreo público de servidores em missões inerentes à prestação de serviços de saúde, fiscalização de obras dos hospitais e UPAS em construção, além de enfermos em situação de urgência/emergência, abrangendo todo o Estado do Maranhão, que está em juízo na 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de São Luís, Ricardo, sua filha Andrea Murad e o genro Sousa Neto são acusados de violação aos artigos. 9, 10 e 11 da Lei nº 8.429/92 e Lei de Licitações. O trio e outros membros da Secretária de Segurança da gestão de Roseana Sarney causaram prejuízos ao erário devido ao transporte aéreo público irregular no valor de R$ 14.796.000,00.

A família Murad também responde ao processo nº 80552-17.2015.4.01.3700 sobre a construção do Hospital de 50 leitos em Rosário que está em juízo na 13ª Vara Federal. O ex-secretário e os deputados Andrea Murad e Sousa Neto, todos do PRP, respondem por violação aos artigos. 9, 10 e 11 da Lei nº 8.429/92 e Lei de Licitações. De acordo com esta ação, Andrea e Sousa Neto causaram um prejuízo ao erário público no valor da causa de R$ 12.796.865,85.

Ricardo também responde ao processo nº 41940-10.2015.4.01.3700 por conta da elaboração de Projetos Básicos e Gerenciamento de Contratações, que está em juízo na 5º Vara Federal da Seção Judiciária do Maranhão. Nesse processo, o ex-secretário é acusado de violação aos artigos 10 e 11 da Lei nº 8.429/92 e causou um dano nas contas públicas de R$ 26.289.303,36.

No processo nº 80374-68.2015.4.01.3700, que trata da ampliação, reforma, adaptação e transformação do Hospital Dr. Carlos Macieira, Ricardo causou um prejuízo à secretária no valor de R$ 768.728.722,50. A ação está em juízo na 5ª Vara Federal e o ex-secretário responde por violação aos 9, 10 e 11 da Lei nº 8.429/92 e Lei de Licitações.

Ricardo ainda foi o responsável por tomar o Hospital do Servidor dos servidores estaduais e empurrá-los para tratamento em uma unidade médica alugadas nos arredores do Jardim Tropical. O ex-secretário que diz ser pré-candidato ao Palácio dos Leões na cota dos Sarney, é acusado no processo nº 15929-07.2016.4.01.3700, outra vez por irregularidades em serviços de reforma e adequação, dessa vez do PAM Diamante. Como o forte dele não é zelo com as contas públicas, de acordo com o processo que está em juízo na 5° Vara Federal, o “chefe de organização criminosa” causou um dano ao erário de R$ 33.211.767,30 por violação aos artigos 9, 10 e 11 da Lei nº 8.429/92 e Lei de Licitações.

No processo nº 25399-62.2016.4.01.3700, que está em juízo na 5° Vara Federal, e causou um prejuízo de R$ 3.150.884,73 à Secretaria de Saúde, Ricardo também responde por violação aos artigos. 9, 10 e 11 da Lei nº 8.429/92 e Lei de Licitações. Por conta de irregularidades em serviços técnicos especializados para adequação das salas do tomógrafo e da ressonância magnética, construção do cubículo de medição, central de gases e acréscimo de um transformador na subestação para atender ao centro de Imagens do PAM Diamante de São Luís.

Ao invés de utilizar o seu PRP para abarrotar a Justiça com denúncias vazias, o ex-secretário deveria começar a se preocupar em como explicar o envolvimento em tantos escândalos de corrupção. Caso contrário, pode parar não no Palácio dos Leões, mas nas celas da Penitenciária de Pedrinhas.

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