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Polícia Federal decide destino de imigrantes africanos resgatados no Maranhão

G1 – A Polícia Federal (PF) vai decidir até o fim dessa semana o destino dos 25 imigrantes africanos que foram resgatados com o auxílio de pescadores na noite de sábado (19) no município de São José de Ribamar, na Região Metropolitana de São Luís.

A PF confirmou durante a coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (21), na capital, que a embarcação partiu no mês passado em direção ao Brasil com 25 africanos a bordo. Imigrantes de Cabo Verde, Guiné, Serra Leoa, Senegal e Nigéria.

Segundo o delegado da Polícia Federal, Robério Chaves, os imigrantes enfrentaram uma grande tempestade e o mastro da embarcação não suportou, quebrou e por isso eles ficaram à deriva. “Vento muito forte acabou quebrando o mastro da embarcação e num segundo momento também o motor caiu porque danificou o suporte e caiu. Eles ficaram à deriva”, contou.

Os imigrantes estavam em alto mar desde o 29º dia da viagem até serem encontrados por pescadores. Não tinham água e nem comida. De acordo com a PF cada um pagou entre 1000 e 1.100 euros, que equivalem na cotação de hoje a R$ 4.800.

Os imigrantes resgatados no Maranhão contaram que vieram ao Brasil em busca de uma vida melhor devido a situação que viviam. Na noite em que chegou no Maranhão, Mucqtaer Mansaray, de Serra Leoa, falou que se arriscou na viagem ao Brasil por conta da dificuldade financeira em pagar a universidade. Ele se diz estudante de ciência da tecnologia. “A gente trabalha e não tem maneira de pagar a ‘propina’. Por isso a gente veio pra cá porque a propina é melhor”, afirmou.

Segundo os africanos, esse dinheiro teria sido entregue aos dois brasileiros, apontados nas investigações como coiotes, termo atribuído a pessoas que ajudam na migração ilegal. Os dois brasileiros que estavam na embarcação foram presos pela Polícia Federal e indiciados por tráfico internacional de pessoas.

A Polícia Federal não divulgou os nomes deles. Somente os estados de origem. Um é da Bahia e outro do Rio Grande do Norte, mas ambos moram no Rio de Janeiro, para onde levariam os africanos que agora estão em São Luís, desde o resgate no fim de semana.

De acordo com os policiais federais os refugiados têm duas alternativas: serem repatriados ou permanecerem no Brasil, com autorização do governo, já que tem direito a pedido de refúgio.

O também delegado federal, Luís André Lima, revelou que todos os refugiados vão ser entrevistados e cada caso será analisado. “Por hora eles estão alojados no Ginásio Costa Rodrigues. Nós vamos encaminhar equipes para entrevistar todos os cidadãos africanos e a partir de então decidir qual a melhor medida migratória para o caso de cada um deles”, finalizou.

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