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Fernando Sarney, o eterno vice-presidente da CBF

Com informações do UOL

A oligarquia Sarney sempre trabalhou em várias frentes afim de se perpetuar no poder e cumprir seu papel patrimonialista de acúmulo de riqueza e poder.

Se não bastasse o domínio total do maior conglomerado de mídia do Maranhão, em 1998, o oligarca José Sarney percebeu um espaço em aberto na CBF e ocupou rapidamente.

Zé Sarney tratou de colocar seu filho Fernando Sarney como assessor especial da presidência da Confederação Brasileira de Futebol ainda na década de 90. Não demorou muito e o filho mais novo da oligarquia virou vice-presidente da CBF em 2004.

Como o que interessa para a oligarquia é se perpetuar no poder, o empresário Fernando Sarney vem se reelegendo como vice-presidente desde então.

E nesta terça (18) o filho da oligarquia, emplacou mais um mandato. Serão mais 5 anos como vice-presidente da CBF no período entre 2019 a 2023. Ao final deste novo mandato, Fernando completará 25 anos de CBF.

Desta vez, Fernando Sarney será vice do presidente eleito Rogério Caboclo que assume em abril de 2019. Além de vice-presidente da CBF, Fernando Sarney é membro da Conmebol e do Comitê Executivo da Fifa.

O mais grave de tudo nesse mandato perpetuo de vice-presidente do filho de Sarney é que apesar, dos já completados 20 anos de CBF, o empresário nada fez pelo futebol maranhense.

Nossos clubes vivem à míngua. Se fizermos um corte temporal apenas para 2017 e 2018, podemos destacar o time do Bacabal (primeiro campeão estadual do interior) sem conseguir juntar R$ 1000 para pagar trio de arbitragem da segundinha de 2017. Em 2018, o Bacabal jogou a partida de estreia do estadual na conta do chá, apenas 11 atletas embarcaram para São Luís, o restante veio de van.

Também neste ano, tivemos o Moto Club de São Luís com salários atrasados, perigando ser despejado de Hotel e não vemos uma ação do “nosso” vice da CBF. Casos não faltam.

Quando se ouve falar de Fernando Sarney na mídia nacional é sempre nas páginas policiais. Por crimes como evasão de divisas, formação de quadrilha e a famosa censura ao Estadão.

Em julho de 2007, Fernando Sarney foi indiciado pela Polícia Federal sob a acusação, entre outros crimes, de falsificar documentos para favorecer empresas em contratos com estatais. Fernando foi o principal alvo da Operação Boi Barrica (renomeada posteriormente para ‘Faktor’), criada em 2006 para investigar suspeitas de caixa dois na campanha de Roseana Sarney ao governo do Estado. Às vésperas da disputa, ele havia sacado R$ 2 milhões em dinheiro.

O empresário foi indiciado pelos crimes de formação de quadrilha, gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Pela investigação, o órgão mais beneficiado pelos crimes foi o Ministério de Minas e Energia — então controlado politicamente por seu pai, José Sarney. Fernando Sarney sempre alegou inocência no caso, e o processo segue até hoje, correndo sob segredo de Justiça.

Em 2008, a Polícia Federal passou a investigar uma suposta quadrilha liderada por Fernando Sarney, apelidada de “Grupo Poli 1978”. O nome era uma alusão ao ano e ao local (Escola Politécnica da USP) em que seus membros haviam obtido o diploma universitário de engenharia.

Segundo a PF, o grupo, liderado por Fernando Sarney formava uma “organização criminosa” instalada no interior da administração federal. Eles seriam responsáveis pela manipulação de concorrências públicas, desvio de dinheiro de obras estatais e “manutenção de negócios à sombra do Estado”.

Cópias de contratos, e-mails e relatórios de conversas telefônicas obtidos pela PF dariam detalhes sobre operações financeiras em paraísos fiscais do Caribe e na China, envolvendo recursos não declarados ao Imposto de Renda.

Quando o caso veio à tona, Fernando Sarney disse que as operações financeiras citadas pelos policiais federais faziam parte de sua rotina comum de empresário, que administrava um dos grandes grupos de comunicação do Nordeste brasileiro, com uma emissora de TV, um jornal e cinco emissoras de rádio. O processo segue até hoje, em segredo de Justiça.

Em 31 de julho de 2009, o jornal “O Estado de S.Paulo” foi proibido de publicar notícias baseadas em investigações da Polícia Federal sobre denúncias de ilícitos praticados pelo empresário maranhense Fernando Sarney. O filho do ex-presidente conseguiu obter, na Justiça maranhense, uma ordem que proibia o jornal paulista de publicar qualquer coisa sobre ele e sua família que fossem relacionadas a investigações da PF sobre os Sarney.

O Estadão, então, apelou contra a decisão. Quando o processo chegou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), tendo deixado, portanto, a jurisdição do tribunal do Maranhão, o empresário resolveu renunciar de seu pedido.

A justificativa foi a de que ele estava sendo mal interpretado, que havia entrado com o pedido de restrição de publicação para preservar sua intimidade e de sua família, mas que sua ação estava sendo vista como censura, algo que ele considera “repugnante”.

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