O presidente Michel Temer (MDB) tem sofrido sucessivos desgastes em decorrência da ingerência de José Sarney (MDB) em seu governo. O veto a Pedro Fernandes (PTB-MA) no Ministério do Trabalho abriu uma crise sem precedentes no Palácio do Planalto com os petebistas, e evidenciou que o oligarca maranhense só pensa em perseguição e na sobrevivência política do seu grupo no Maranhão.

Neste feriado de carnaval, outra intromissão de José Sarney na presidência piorou, ainda mais, a vida de Michel Temer. Indicado para a direção da Polícia Federal pelo oligarca, Fernando Segóvia deu mais uma declaração desastrosa que fez até o editorial do jornal O Globo pedir sua cabeça.

Depois de quantificar quantas malas de dinheiro configuram corrupção, Segóvia agora falou em entrevista abertamente sobre proteger Michel Temer na investigação do esquema do emedebista no porto de Santos. A credibilidade do diretor da Polícia Federal foi posta, nacionalmente, em xeque após essa afirmação.

No Maranhão, Segóvia já tinha mostrado as credenciais para as quais foi escalado. Em seu primeiro ato como diretor da PF, ele realizou uma operação para lá de estabanada contra a saúde no governo Flávio Dino, inclusive com declarações politizadas dos delegados envolvidos. Descoberta a lambança, o caso subiu para investigação do Tribunal Federal, já que a PF conduziu o processo de forma completamente equivocada.

E assim caminha o conselheiro Sarney, que, nos corredores de Brasília, já é conhecido como coveiro de presidentes. Michel Temer é somente mais uma vítima.