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Sarney: de oligarca maranhense a xerife do Brasil

Aos 87 anos, o ex-presidente José Sarney (PMDB) não cansa de surpreender o brasileiro, tanto pela habilidade de continuar impune quanto pela capacidade de usar a política em benefício próprio e do seu clã político.

Enquanto alguns adversários do Maranhão tratam o oligarca mais longevo do país como um político ultrapassado, decrépito e no ocaso de sua carreira, o pai de Roseana Sarney (PMDB), enrolado até o último fio do bigode com as investigações da Lava Jato, escolhe a dedo o diretor-geral da Polícia Federal, a um ano de um pleito eleitoral decisivo para o futuro do seu grupo político.

Segundo a Revista Veja, Fernando Segóvia “e sua esposa iam a festas com os Sarney, tendo passado inclusive um carnaval com Roseana”. O novo diretor da PF também morou no Maranhão na casa de um empreiteiro ligado ao senador Edison Lobão (PMDB), outro comprometido até a milésima geração com a corrupção desbaratada pela Lava Jato.

Não é de hoje que os agentes de Sarney estão infiltrados na principal instituição brasileira. O caso mais notório é o do ex-agente federal Aluísio Mendes, antigo segurança particular do oligarca e atualmente deputado federal pelo Podemos, que chegou a acusado pela própria corporação por vazar informações privilegiadas para salvar Fernando Sarney da Operação Boi Barrica. Ambos escaparam por pouco da prisão.

Políticos como o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) sabem do perigo de ter Sarney como xerife da Polícia Federal. Há dez anos, o atual deputado federal foi para detrás das grades durante a Operação Navalha, junto com dois sobrinhos do então governador Jackson Lago (PDT), sob a acusação de favorecimento em contratos da Construtora Gautama.

Na época, atribuiu a prisão à perseguição do antigo mentor político. “Paguei o maior preço já pago por um homem público no Maranhão”, justificou. O saudoso Jackson só não foi preso por graça e obra do foro privilegiado.

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