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Prisão de Sarney: Janot desqualifica advogado de oligarca

O procurador-geral da República Rodrigo Janot e o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, deram declarações divergentes na imprensa nesta sexta-feira (10). Como se estivessem em um debate, eles trocaram acusações de forma indireta, que mostra o temor de Sarney com as recentes acusações e o pedido de prisão. Na base da “politicagem”, o advogado tenta enfraquecer os argumentos da Procuradoria sobre os pedidos de prisão para os envolvidos e de busca e apreensão na casa deles, mas encontra em Janot firmeza e coragem.

Logo pela manhã, a defesa do ex-presidente José Sarney e do senador Romero Jucá (PMDB-RR), comunicou que vai questionar o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a origem das gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Petição apresentada na quinta-feira, 9, ao Supremo pelo advogado dos peemedebistas tem como objetivo central tentar anular as gravações feitas pelo ex-dirigente, que realizou delação premiada no âmbito da Lava Jato. “Precisamos saber se esse delator estava infiltrado com autorização ou pedido de um agente público. Tenho absoluta convicção que o Supremo não autorizaria um delator a gravar o presidente do Senado e um ex-presidente da República no hospital, como foi feito. Partindo do pressuposto que isso foi feito sozinho ou sob a orientação de um agente público, o processo não é só nulo como grave”, afirmou Kakay.

Já nesta tarde, o procurador-geral da República Rodrigo Janot respondeu a tentativa de intimidação da defesa. Ele negou que o vazamento dos pedidos de prisão contra parte da cúpula do PMDB tenha partido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e rejeitou a tese de que a divulgação dos pedidos pudesse ter o efeito de pressionar o STF (Supremo Tribunal Federal) pela autorização das prisões.

“Figuras de expressão nacional, que deveriam guardar imparcialidade e manter decoro, tentam disseminar a ideia estapafúrdia de que o procurador-geral da República teria vazado informações sigilosas para, vejam o absurdo, pressionar o Supremo Tribunal Federal e obrigá-lo a decidir em tal ou qual sentido, como se isso fosse verdadeiramente possível”, disse.

O procurador-geral defendeu a atuação da Procuradoria e afirmou que a instituição se mantém sua ação dentro dos limites da lei. Segundo Janot, as críticas seriam um “efeito colateral do trabalho sério e responsável” desenvolvido por ele.

Os pedidos de prisão se tornaram públicos na última terça-feira (7), por meio de reportagens na imprensa. Foram alvo dos pedidos de Janot ao STF o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e o deputado afastado da presidência da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Foi a primeira vez que a PGR pediu a prisão de um presidente do Congresso, no caso Renan, e de um ex-presidente da República. O caso é analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo.

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